quarta-feira, 3 de março de 2010

Do Camelódromo a Pedro Juan

Todo ano a mesma coisa. Temos que ouvir e ler, os “aumentos” nas vendas que o comércio obteve. Precisam ser mais objetivos. Houve aumento sim: No Camelódromo e em Pedro Juan. Não é por acaso, que a Casa China dobrou de tamanho. Deixamos a grana, que nos faz falta, do outro lado da fronteira. E não deve ser pouca. Logo veremos muitos brasileiros se deslocando para procurar emprego no Paraguai. Porque milagres não existem a toda hora. Todas essas grandes multinacionais, as empresas de água, luz, telefonia, enviam o pouco dinheiro que aqui circula, para fora do nosso Estado. Os grandes magazines, também mandam todo nosso dinheiro para suas matrizes. Mas quem está se “lixando” com isso? É só passar em um concurso público e viver feliz para sempre. Principalmente se houver, e sempre haverá otários para trabalhar para sustentar a “maquina”. Nossa economia principal, a pecuária, não é uma boa distribuidora de riquezas. E também tem seus problemas. É o dólar, a aftosa, os invasores de terras... Não temos indústrias, e nem agricultura. Somos um Estado de pouquíssimos habitantes, na maioria pertencente à classe C, D, e sempre preocupados em levar vantagem em tudo. Somos os campões mundiais de querer comprar produto Frances, com preço Chinês. Não temos nenhuma força política a nível nacional. Muita pouca coisa recebemos. Nem a Copa... Não temos a “moeda” do número de votos...

O cliente que aqui no Brasil goza de todas as regalias como efetuar a compra dividida em muitas vezes,que possui fiscalização como o Inmetro que fica olhando peça por peça para ver se acha algum erro para cobrar do lojista ao invés do fabricante, o PROCON,onde se reclama por defeitos que possam aparecer, e fiscais de toda espécie, prefere ir comprar sem toda essa segurança, na velha base da “La segurança soy jô”.E quando aparecem os problemas, é só reclamar para o PAPA. E o mais doído: Fazer comparações sobre a diferença de preço. Comprem em Pedro Juan, mas pelo amor aos seus filhinhos, não comparem preços. Lá existe um senhor lucro. Quando foi fechada em nossa capital, uma rede de produtos importados que participava sobremaneira da vida econômica, cultural(ganhava todos prêmios de vitrine, oferecia emprego e cursos para grande número de pessoas, e outras ações)o preço pago ao representante autorizado ,no atacado , era 30% mais caro que o praticado no varejo em Pedro Juan.Como se pode competir, já comprando legalmente mais caro do que se vende do outro lado da fronteira? Dá para ter idéia o que é pagar impostos? E para completar se paga imposto antes de comercializar a mercadoria também. É só passar na divisa e se começa a pagar. Venda, ou não. ”Trata-se do imposto de projeto de Venda”... Afinal, estamos pagando o imposto de circulação de mercadoria sem a dita cuja haver circulado. Existe um PROJETO de circulação que pode não acontecer.

O tal crescimento nas vendas, acredito que deve haver acontecido no Camelódromo. Aí sim, acredito no aumento de vendas. As despesas são poucas, os impostos também, e não se exige todas as regalias praticadas em lojas. Junta-se a isso produtos baratos adquiridos na 25 de março ou no próprio Paraguai, e se tem o preço desejado pela grande maioria.E tem-se então o crescimento de vendas.

Posso estar enganada, e tomara que esteja, mas o que estou ouvindo de empresários de pequeno porte, lógico que não dos graúdos que gozam de todos os benefícios, é uma total descrença em continuar lutando por aqui. Muitos já estão abandonando o “barco”. Afinal aqui não é a terra prometida, mas só se tem promessas de melhora. E quando se junta tudo isso e ainda por cima se tem loja em shopping, a vontade mesmo é de ir arrumando as malas. Que o digam os mais espertos que se mudaram para Cuiabá e nem querem falar de Campo Grande. Pelo que tenho escutado, está havendo uma debandada para Mato Grosso. Imaginem com a Copa acontecendo por lá. Empresários da noite que para lá mudaram, falam da diferença entre os dois estados. Quando lembro que nós éramos os “RICOS” e promissores...

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