sábado, 17 de julho de 2010

Espelho de uma triste realidade

Fizemos feio na Copa. Um time sem criatividade, apático, sem raça, escolhido a dedo pelo técnico Dunga, que pensou estar fazendo o melhor, quando optou pelos menos problemáticos. Vivemos época conturbada que acabou refletindo até no nosso futebol. Como levar um Adriano, um Vagner Love, e tantos outros, que são notícia pelos escândalos e não pelas grandes jogadas. Nossos jogadores, em sua grande maioria vêm de lares desestruturados, e ascendem rapidamente na pirâmide social através da grana fácil, e enorme, que o futebol proporciona. E claro, perdem a cabeça. Poucos são como os que como Ronaldo, tem a sorte de contar com uma Dona Sonia, mãe forte e presente, que funciona como uma guardiã do filho famoso, e é por ele respeitada.

Enquanto vivermos essa degradação de costumes, de valores, e a meta da grande maioria ser idolatrar o TER, em detrimento do SER, não iremos muito longe. E isso vale para tudo, inclusive para o futebol. Que diferença pode fazer um jogador emocionalmente equilibrado, por ter contado com uma criação dotada de valores morais, bons exemplos, e limites.

O Flamengo, time de maior torcida do Brasil, e de jogadores de grande valor técnico e moral, como Zico, passa por momentos terríveis. É grande o envolvimento de seus jogadores com o submundo do crime carioca. E o assassinato de Eliza Samudio acabou por deixar muito mal o time carioca. Afinal o principal suspeito é o goleiro Bruno. Idolatrado pela torcida!

Sem estrutura familiar, e convivendo de perto com os poderosos do narcotráfico e do banditismo, eles começam a achar todas essas atrocidades uma coisa normal. E se consideram acima das leis. Contam com a ajuda de nossas leis falhas, frágeis, feitas para proteger bandidos, e deixar toda a sociedade desprotegida e a mercê do poder do dinheiro e do poder corrupto desses delinqüentes macabros.

Em tempos de eleição, quando estaremos sendo bombardeados por propagandas eleitorais enganosas, grande parte da população vai mais uma vez vender o seu voto por uma promessa de emprego, uma dentadura, um botijão de gás. Vamos continuar pagando caro pela falta de educação que quase nenhum dos responsáveis se interessa em proporcionar. Continuarão a doar migalhas, para uma população que não consegue ter noção do que poderia exigir. Falta a maioria da população o conhecimento básico que ao votar e eleger aquele deputado que “doou” uma cesta básica, estamos dando um tiro no próprio pé. E infelizmente sem a grana para fazer esse tipo de campanha ninguém é eleito. Ou me contem de alguém que teve muitos votos só pelo seu histórico ilibado e pela capacidade administrativa demonstrada. E se sem grana não se ganha eleição, sem educação está ficando difícil até ganhar campeonato de futebol.

Enquanto tivermos com os nossos jovens entregues a marginais, ao invés de educadores, podemos ir até esquecendo que já fomos considerados os melhores do mundo no futebol. Que adianta ser bom com a bola no pé, se falta muita coisa no caráter, na raça, e no equilíbrio emocional? E isso faz falta no momento decisivo. Pois em certas ocasiões precisamos tirar de dentro de nós a força que só o caráter proporciona. E para servir de consolo, é bom saber que saindo antes, o Brasil deixou de perder 10 BILHÕES de reais.

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