sábado, 12 de março de 2011

Estrela Brilhante

Iniciando o artigo com poesia de Pedro de Medeiros meu tio avô, tenho que reafirmar que “Deus atirou no espaço um punhado de estrelas, umas vieram a terra, outras tardam ainda. A que desceu por certo, a mais luzente delas, veio e se transformou numa cidade linda.” Corumbá! Uma cidade linda, cheia de morros, pantanal, alegria e carnaval.


Claro que muitos vão dizer: com mosquitos, longe de tudo, e com um calor infernal. Mas, os que não a conheciam e foram passar lá o carnaval deverão responder: Calor maior é o humano, cada dia mais difícil de se encontrar, e, ficar longe de tudo deve tê-la conservado carinhosa, altaneira, e com estilo próprio de viver.


Brilhante, como previu Pedro de Medeiros. Não houve chuva que apagasse sua animação. Quem a conhece bem, conseguiu perceber os estragos que as chuvas mal humoradas conseguiram fazer. Mas nada conseguiu atrapalhar os desfiles. Começamos o desfile com a chuva caindo nos nossos rostos e ombros. Ao invés de reclamar agradeci pelo frescor que ela proporcionou. E ela envergonhada foi embora e deve ter ficado junto ao povo aplaudindo e se divertindo também.

Existem minutos que são eternos. E desfilar como homenageada na Caprichosos de Corumbá foi um deles. Ter participado para levar essa escola que ainda engatinha com tão poucos aninhos na vida da folia, para o primeiro grupo deu a sensação de um dever cumprido. Que delícia de dever. Quisera eu que todos os deveres fossem assim tão deliciosos de cumprir.


Um amigo que daqui foi, no meio do desfile gritou para mim: “Marisa, já virei corumbaense!!!” Viva!!! É muito fácil virar corumbaense. Independe de posição geográfica no nascimento. É tudo uma questão de estado de espírito. É estar em cadeira de rodas e mesmo assim desfilar. É vestir de mulher e sair com a criançada formando mais um bloco. É esquecer todos os problemas e com isso arrumar forças para voltar a enfrentá-los na quarta-feira. É não ter medo do ridículo, pois sabe que ridículos são aqueles que não descem do salto com medo de perder a respeitabilidade. Vestir de mulher, então...


É muito bom ser corumbaense e crescer como os baianos, cariocas e pernambucanos. Com alegria a flor da pele, com samba no pé, sem nariz empinado, e de bem com a folia. O que levamos da vida são momentos assim sem raiva, sem rancor, despretensiosos, e com muita alegria...


PS.: E Parabéns à TV Campo Grande (SBT) pela maravilhosa cobertura do Carnaval de Corumbá.

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