segunda-feira, 18 de abril de 2011

De violência, saúde, e muito blá, blá, blá

Muito se tem falado sobre o terrível atentado contra a escola no Rio de janeiro. Junto à sensação de impotência, horror, e violência gratuita, a mídia começa a levantar muitas hipóteses. Com isso fomos brindados novamente com a infeliz idéia do desarmamento. Como se havendo o desarmamento, num passe de mágica as armas em mãos dos traficantes, bandidos, e assaltantes desaparecessem.

Ledo engano. Elas continuariam entrando pelas nossas fronteiras, sendo roubadas de policiais, seguranças, etc. Esse argumento é próprio para por boi pra dormir, ou seja, encher lingüiça enquanto os responsáveis pelas soluções esperam o povo esquecer-se da tragédia, até o dia que uma nova tragédia aconteça. E aí começa todo o “carnaval” novamente. Tem sido assim, vai continuar assim, pois não existe vontade política de mudar as coisas erradas no nosso país. E continuamos empurrando o futuro com a barriga, ao invés de nos unirmos e tomarmos atitudes.

Façamos uma analise fria: O rapaz que matou teve e sempre terá, principalmente no Rio de Janeiro e no nosso estado, a maior facilidade para adquirir uma arma. Não será o desarmamento que modificará isso. O que poderá desarmar indivíduos como ele, portador de problemas mentais, e vitima de uma sociedade competitiva aos extremos, é uma campanha educacional com muita vontade, pra valer, e sem interesses políticos fajutos no meio... Recebendo educação no sentido pleno e tendo acesso a mínimos cuidados médicos, não será necessário procurarem armas para se sentirem aceitos pela sociedade, se sentirem respeitados, e terem um lugar ao sol. Muitos poderão argumentar: Os países desenvolvidos como os Estados Unidos possuem uma educação primorosa e, no entanto, são campeões dessas tragédias. Não se esqueçam que a sociedade americana é altamente competitiva, agressiva, e o bullying é procedimento geral nas escolas. A lei do cão, do mais forte, do mais poderoso começa cedo. E atrás desses ataques sempre existe um caso de “bullying”. Aqui como lá, existe quase sempre um indivíduo que sofreu, e resolveu se vingar. E inocentes pagam por isso. Os que se sentem injustiçados, mesmo baseados em um desvio mental, conseguem dessa triste maneira se fazer alguém, serem conhecidos, mesmo que da pior maneira possível. Tudo é menor, mais fácil de suportar, do que a indiferença e os maus tratos.

Para evitar tudo isso seria necessário adotar medidas que não se implantam da noite para o dia. Professores deveriam voltar a ser respeitados e bem remunerados. Só assim poderiam ter tempo e disposição para perceber que existe algum aluno que precisa de mais atenção. Como pode um professor exausto, mal qualificado, com uma classe inchada de alunos conseguir essa percepção? E mais uma pergunta: Se tivéssemos essa educação de nível que queremos ter, e um professor percebesse que um aluno precisa de acompanhamento psicológico, ou de uma internação, o que poderia fazer aqui no nosso estado? Amarraria a criança como fazem mães desesperadas que não conseguem internar seus filhos dependentes de drogas? Para serem julgadas por quem não conhece essa dor? Sim porque, não existe um só lugar verdadeiramente eficiente (nem para quem pode pagar)para tratar determinadas doenças nesse nosso estado. Imaginem para essas mães que precisam trabalhar para pagar o sustendo da família e tem que deixar o filho viciado entregue a própria sorte, sabendo que um dia ele será morto por traficantes que não pagou, ou pela polícia? Somos vizinhos dos países exportadores de droga e armas, e justamente por isso não deveríamos ser assistidos com determinação por algum poder público? Estamos entregues a própria sorte, apesar dos impostos que pagamos. E para completar: MS não recebeu um só leito para esse tipo de tratamento. E nossa saúde como um todo, poderia estar pior? Devemos ser um estado de pouca importância. Com poucos votos. Nada merecemos. Nada temos direitos.

Então vamos parar de lero-lero de desarmamento, de controles mirabolantes de segurança, e cair na real. Só com educação e saúde se resolve problemas como esse. E o mais triste é que não se faz isso do dia para noite. E a maioria dos políticos só faz o que possa garantir a próxima eleição. Mesmo que seja asfalto para desaparecer na próxima chuva.

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