As pessoas andam estressadas. Especialmente as mulheres. Queixam-se de muitas dores, e o uso de antidepres-sivos é norma quase geral. Comecei a prestar a atenção é percebi que a grande maioria vem sofrendo de um mal ainda pouco diagnosticado, resultado das transformações vertigino-sas de nossos tempos. Sem me focar nas de mais idade, na casa dos oitenta, cuja grande maioria se sente marginalizada pela rapidez das mudanças, em especial as da informática, vamos falar das mulheres na casa dos cinqüenta, sessenta. Elas viveram a época da revolução de 64, e do “É proibido proibir”. Criaram os filhos com muita liberdade, ás vezes até sem limites, com muitas regalias, e acostumados a total dedicação materna. Tudo tem seu custo. Como receberam tudo de mão beijada, na sua grande maioria esses filhos não valorizam o que usufruíram. Mas infelizmente a dedicação exacerbada espera retribuição. Que não vem, e traz junto o sentimento de perda, de abandono, de frustração. Um vazio.
As mais inteligentes que conseguem detectar o proble-ma, dão a volta por cima e percebem que o que lhes resta, embora que tarde, é cuidar da própria vida de preferência com bastante alegria, e sem rancor. Viver e deixar os filhos caminha-rem com as próprias pernas. Sem correrem desesperadas no primeiro tropeço, como deveriam ter feito há muitos anos atrás. Afinal, são tantos os passeios e viagens por fazer, tantas outras pessoas que se pode ajudar, tantas coisas para se aprender, tantas risadas para se dar, tantos a se conhecer, que não vale a pena chorar pelos cantos por esse tropeço inesperado. Fazer desse limão azedo aquela caipirinha!! Para ser tomada em muitos dias de sol numa praia de areia bem branquinha, nos muitos anos felizes que podem ter pela frente.
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