segunda-feira, 4 de julho de 2011

“MACONHABRAS” ou, exercício sobre a legalização da maconha

Depois de passados alguns dias sobre o impacto das notícias sobre a discussão da liberalização do uso da maconha, e sua venda feita legalmente, resolvi fazer suposições sobre como seria esse comércio e suas possíveis conseqüências.

Primeiro: vejam que sinuca: se o governo resolve taxar como faz com tudo, ninguém irá comprar legalmente. O preço será proibitivo. E o comércio ficará como sempre, ilegal. Teremos mais um órgão ineficiente.

Se resolver (duvido hem) colocar um preço barato, cobrando muito pouco imposto, vai ser acusado de estar favorecendo o uso.

Como será feita a compra, e quem serão os fornecedores? Será criada a “Maconhabras” e o governo paraguaio fará um preço especial aos “hermanos” brasileiros?

Como serão escolhidos os compradores? Serão antigos traficantes que conhecem a procedência, e os melhores preços? Como ficará a situação com os índios bolivianos já que não se fala em liberar a cocaína?O Brasil dará “aquela ajuda” não se sentirem prejudicados?

Os postos de venda serão concedidos no estilo franquia? Logo serão todas compradas pelos traficantes ou americanos que estão comprando tudo por aqui?

Quem estiver presidindo a “Maconhabras” levará quanto tempo para ficar bilionário?
Quanto tempo será necessário para ser preso o primeiro funcionário desviando o produto e vendendo no mercado paralelo?

Teremos então uma operação da polícia federal a “Erva Ardente” que dará muita audiência ao Jornal Nacional com os ditos cujos sendo presos, e dias depois outra “manchete” com os ditos cujos sendo soltos pelos advogados bem pagos.

Nas entressafras teremos um órgão regulador (mais dinheiro) para o preço não oscilar muito, tipo o dos combustíveis que quase nunca funciona?

Por essas e por outras que digo e repito: Essas atitudes estilo “planos econômicos anos 80, 90,” não levam a nada. O Brasil não está preparado para isso. O pior: não está preparado nem para discutir o assunto. Nosso sistema está tão corrupto que montar uma estrutura como acabamos de imaginar seria jogar dinheiro fora. Seria mais um elefante branco a usar o dinheiro do contribuinte e não dar nada em troca.

Apesar de achar que se gasta “rios de dinheiro” em publicidade e não se vê nada de prático acontecer, tenho que admitir que as famílias brasileiras estejam “saindo do armário” da dor que as drogas lhes trazem. Já se sentiram culpadas, já tiveram vergonha, e agora por amor estão começando a ter coragem e enfrentando o inimigo comum. Acredito na força de uma sociedade unida e disposta.

Para isso, antes de tudo é necessária muita informação. As pessoas têm uma visão estereotipada do assunto. Não vêem o usuário como um doente. E como se trata de um doente, toda informação é bem vinda.

Quanto às soluções, que tal usar o que iriam gastar com a MACONHOBRAS, construindo cursos profissionalizantes por todo o país, e centros de esportes e cultura nos bairros e escolas? Pagando melhor e capacitando os professores que já enfrentam há muito tempo esse terrível problema?
Tudo bem. A gente finge que não sabe dos desvios de verba, das maracutaias, mas façam! É o futuro do país que está em jogo.

Como seremos um país promissor com a grande maioria dos nossos jovens condenados a morte pelas drogas?

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