sábado, 10 de setembro de 2011

Shoppings, shoppings, e mais shoppings

Campo Grande está passando por grandes transformações. E a construção de inúmeros shoppings vem sendo também responsável por esse crescimento. Isso já é facilmente percebido com a construção do shopping Norte Sul, que valorizou toda aquela área em volta, e está sendo até responsável pelo combate ao uso e venda de drogas que sempre foi o flagelo daquela região. Tudo bem que os marginais estão se mandando para outros bairros, mas mesmo assim esperamos que não seja necessária a abertura de um shopping em cada bairro, para que a cidade possa gozar de uma certa segurança. Afinal, crescimento e segurança são direito de todos!

Para quem se dedica ao comércio é muito interessante ver o movimento de acomodação dos consumidores. Todos os shoppings abertos até agora tem um publico alvo que não bate de frente com o shopping Campo Grande. Pelo contrário, essa criação de outros shoppings retirou do shopping Campo Grande aquela quantidade enorme de publico que não possuía outras opções de entretenimento e acabava por superlotar o mesmo. Como todos podem perceber shopping cheio de gente não quer dizer boas vendas. Pelo contrário. A melhor verificação de vendas continua sendo a quantidade de sacolas circulando... E o que vai dentro delas...

Por enquanto nota-se que o que vem mais sentindo essa movimentação é o comércio central. Os shoppings que abriram, ”roubaram” muitos consumidores do centro. Mas breve o comercio de rua mais elitizado também deverá sentir um grande golpe. Isso porque o Shopping Campo Grande deverá inaugurar no próximo dia 22 de novembro sua expansão. Serão 50 novas lojas, quase todas as franquias de marcas consagradas, (exigência absurda que transforma a maioria dos proprietários em “gerentes de luxo” sem remuneração), que deverão bater de frente com as lojas especializadas em um publico de grande poder aquisitivo, que atualmente comercializam essas marcas em lojas multimarcas de rua. Franquia atualmente é um capítulo a parte: geralmente querendo abrir mercado fazem parcerias, que mais tarde ao sentir seu produto sedimentado, as tomam de volta com “golpes” não muito saudáveis. Maneira fácil de quebrar ou fazer o lojista desistir é empurrar “goela abaixo” uma quantidade inviável de produtos. Sei de uma empresa que mesmo tendo 3000 cuecas em estoque foi questionada a comprar mais... Em tempo, a franquia não é de underwear, trata-se apenas de um acessório.

O estacionamento que será inaugurado com dois pisos acima do outrora existente, (lá ficarão as lojas) deve resolver o eterno problema de vagas do Shopping Campo Grande.. Pela sua localização, pela sua maturidade, e pela qualidade do que é comercializado, acredita-se por incrível que pareça (e apesar da torcida contraria de muitos) o Shopping Campo Grande venha a passar dias melhores. Infelizmente, não sei se por orientação da administração, ou por falha dos que desenvolveram através dos anos seu marketing, o Shopping Campo Grande nunca foi um lugar querido pela maioria dos campo-grandenses. Desde o inicio da cobrança de estacionamento que poderia ter sido bem melhor divulgada, e mil outras situações, sempre pecou pela falta de simpatia e empatia com o consumidor. Eu como consumidora, sempre achei um marketing arrogante. E quem sofre com isso é o lojista, que literalmente paga a conta e não sai satisfeito. Sei que falhas acontecem, mas no caso do marketing não é falha, é opção.

Ficou para o final do ano que vem a abertura do shopping na saída para Cuiabá. Mal localizado, pequeno, e com a pretensão de também ser elitizado, vai precisar de muita paciência dos lojistas para se solidificar. Mesmo que o poder publico faça melhorias em relação a localização, criando opções para o consumidor,a distância e localização vão ser sempre seu maior problema.
Lojistas mais experientes assustam com algumas peculiaridades de alguns shoppings recém inaugurados e a falta de informação de grande parte dos novos lojistas. Isso porque tem shopping com o condomínio maior que o do Shopping Campo Grande, que já é considerado altíssimo, e outro, com o metro quadrado mais caro do País. Como as lojas são pequenas, o lojista não se da conta que está pagando caríssimo...

Enfim, são novos tempos, bem competitivos, e onde não será muito fácil sobreviver. Boa sorte!

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