Muito interessante o filme sobre Margareth Tatcher, A Dama de Ferro. Além da magistral interpretação da atriz Meryl Streep, merecidamente ganhadora do Oscar de melhor atriz, foi sensacional assistir essa volta ao passado não tão distante, e conferir as opiniões dessa estadista britânica. A história deixa claro que ela não compartilhou desde o inicio da euforia sobre o Euro. Como também acreditava que as pessoas não podiam se acomodar e viver de benesses públicas. Queria empregos para todos. Foi implacável na guerra das Malvinas. Defendeu o “orgulho” inglês como necessidade, e não se intimidou em tomar medidas impopulares. Demonstrou que como poucos ela se importava (da sua maneira) realmente com o povo, mas tinha uma visão não tão “humana” no parecer de muitos. Ao tomar medidas impopulares contra sindicatos, pensava no futuro. Parecia prever a situação atual da Europa. Alertada que perderia as eleições com essas medidas ela respondeu que não estava ali para ganhar eleições, e sim para fazer a diferença. Ela realmente acreditava em suas convicções.
Deslumbrou-se com o crescimento da América e quis deixar a Inglaterra igualmente competitiva. Pendeu totalmente para o Ocidente, afastou-se da Rússia (que lhe deu o apelido de Dama de Ferro), e adotou um liberalismo que se chocou com a política de esquerda adotada naquela época em muitos dos países europeus.
E o melhor... Ver aquela senhora doente que foi tão poderosa durante década viver sem nenhum luxo, reclamando até do preço do leite, me fez lembrar as fortunas de muitos políticos brasileiros. Não deixei de fazer essa comparação em todos os minutos do filme.
Os erros dos outros países deveriam nos servir de exemplo. Mas o imediatismo eleitoral faz a maioria pensar pouco e exigir medidas que acabam sendo frustrantes. Mais ou menos como times de futebol que trocam técnicos a todo instante. Como se o sucesso fosse algo mágico que não precisasse de luta, esforço e disciplina. É a eterna mania de esperar um Salvador. Que sempre será o mais demagogo.
Precisamos de uma política de longo e médio prazo que poderia dar rumo pra valer a esse país. E naturalmente esse rumo passará pela educação. Não existe nada mais importante que uma educação planejada e bem executada. Não essa que inventaram cujos professores são obrigados a passar de ano o aluno mesmo não alfabetizado. Acredito que seja para fazer bonito nas estatísticas. De universidades que formam profissionais que mal escrevem o português. De professores que morrem de medo de dar aulas e dos alunos. De professores mal pagos e mal preparados.
Ainda bem que a Dama de Ferro não precisou se importar com isso. Lá educação sempre foi e será levada a sério. Mas como disse o ex-presidente francês De Gaulle sobre nós: “O Brasil não é um país sério”.
Resumindo: Margareth Tatcher era uma governante que não deixava ninguém indiferente. Impossível. As pessoas a amavam ou a detestavam. Isso é próprio de alguém cheio de atitudes. Bem diferente de muitos demagogos de plantão próprios de países pouco desenvolvidos.
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